Hunter Lacrimis episódios

          3° episódio: O demônio da floresta
  Olhei o ferimento no meu braço, perto do ombro. Um ferimento pequeno e bastante insignificante. Franzi o cenho e olhei ao redor.
  -Pretende me matar com um ataque desses? Nossa agora eu tô preocupado! – comecei a rir.
  -Se fosse você, não desprezaria só porque é pequeno.
   Assim que o demônio disse comecei a sentir o ferimento formigar. A sensação começou a aumentar e chegou ao ponto que parecia que minha pele estava sendo queimada. O ferimento começou a se estender saindo muito sangue.
  -Que merda é essa? – perguntei colocando a mão em cima do ferimento.
   O riso do demônio começou a ecoar pela clareira.
  -Adoro ver as pessoas assustadas com meus ataques – ele comentou e em seguida lançou um monte de rajadas da sua suposta arma em minha direção. Como na primeira vez, eu não vi projétil algum, só ouvi um barulho como um chiado. Senti dor e quando me dei conta estava jogado no chão com muito sangue escorrendo de vários ferimentos em meu corpo. Minha espada saiu de minhas mãos e caiu em cima da grama, bem longe de mim.
   Comecei a me levantar com dificuldade.
  -Não pense que vai ser tão fácil assim me derrotar – eu grunhi ficando de pé e indo pegar a espada.
  -A não? Parece que irei te matar antes mesmo que você descubra minha técnica.
   -Antes d’eu descobrir é? – perguntei cuspindo um pouco de sangue no chão – Então já era pra você ter me matado. Já descobri sua técnica.
   -O que? – o demônio perguntou com surpresa na voz – Está mentindo pra mim...
   -Não, eu não estou. Confesso que até esse ataque eu não sabia. Você disfarça bem, mas nem tanto. Você usa rajadas de veneno baseadas no ar, isso impede que os oponentes vejam os projéteis antes de tocarem o corpo deles. Não estou certo?
   -Cretino. Como percebeu isso?
   -Simples, enquanto você me atacava uma de suas rajadas não deve ter pegado em mim e foi direto para o chão... – apontei para o local em meio à grama – Você não consegue aguentar por muito tempo a mistura do seu veneno com o ar, por tanto, quando a rajada foi de encontro ao chão, os dois se separaram. Isso fez o veneno aparecer e deixar de ser eficaz para atingir o oponente. Que belo demônio você é.
   -Até hoje grandes guerreiros vieram aqui me enfrentar, e nenhum obteve sucesso. Eles nem se quer adivinharam minha técnica! Daí chega um caçador arrogante e consegue descobrir no segundo ataque? Onde aprendeu a ser tão perceptivo?– ele perguntou com a voz irada.
   -Lutando contra idiotas como você. Porque não sai logo do seu esconderijo e tenta o mano a mano? – perguntei.
   -E perder essa vantagem sobre você? Nem pensar. Vamos ver se você aguenta mais um ataque. Você pode ter adivinhado a técnica, mas duvido que se esquive dela.
   Franzi o cenho. Realmente, descobrir a técnica é uma coisa, evitá-la é outra. Eu normalmente sou bem ágil, mas infelizmente algumas rajadas atingiram minhas pernas e não estavam em ótimas condições. O jeito era descobrir a localização do demônio enquanto ele ataca, sem que eu seja atingido.
   Olhei rapidamente para Yuuki. Ela observava tudo cautelosamente. Parecia estar preocupada com o meu estado, mais um dos motivos pelo qual ela é diferente: Ela demostra preocupação mesmo eu sendo um caçador.
   Yuuki é descendente de um clã de magos e sacerdotes. Minha esperança no momento era que ela deveria saber projetar uma espécie de escudo de proteção ou algo do tipo. Peguei o cetro dela em minhas costas e o arremessei em direção as mãos dela, esperando que ela entendesse minha intenção. E ela compreendeu.
   Ela avançou, pegou o cetro e se colocou em minha frente. Quando o demônio lançou sua terceira rajada, ela projetou um campo de força ao redor de nós. Estreitei os olhos e vi as rajadas de líquido verde, que penetravam no campo de força. Estranhamente elas seguiam um ritmo e uma sequência. O demônio estava se movimentando por entre as árvores e laçava o veneno de acordo com o local que ele passava. Por isso era ritmado.
  Tirei minha outra arma do cinto. Era uma espécie de chicote só que composto por uma corrente de aço. O cabo dela era um crucifixo de prata, o emblema do clã de caçadores e na ponta da corrente, tinha um açoite de ferro. Preparei-me seguindo o ritmo do demônio com os olhos e assim que me acostumei, lancei a ponta da corrente com o açoite em direção as árvores.
  A corrente passou facilmente pelo campo de força que Yuuki projetara. Ela permitiu que ele saísse, caso contrário seria desintegrado assim como as rajadas de veneno. Senti a ponta do açoite penetrar em alguma coisa em meio a névoa.
  -Te peguei – disse sorrindo. As rajadas de veneno cessaram e Yuuki interrompeu o campo de força.
  Puxei o açoite de volta e ele veio arrastando um manto negro pelo chão, até os meus pés.
  A “coisa” que estava nos atacando é apenas mais um monstro. Parecia uma espécie de réptil. A pele era verde cheia de escamas. Os olhos eram glóbulos amarelos com riscos negros. A língua pulava pra fora da boca e fazia aquele típico barulho de cobras quando as balançavam.
  Ele gemeu quando tirei o açoite que penetrara em seu peito. Seu sangue era firo e azul.
  -Como eu disse. Demônios não existem – peguei a espada e finquei na garganta dele.
  Yuuki desviou os olhos e fingiu que não viu.
  -Como eu odeio esses monstros! Não se pode nem atravessar uma floresta sem ser atacado por esses malditos – resmunguei guardando minhas armas.
  -Você está bem? – Yuuki perguntou ainda de costas pra mim.
  -Dolorido – respondi – O veneno dele não é letal. Só serve para abrir ferimentos e deixar os oponentes um pouco vulneráveis. Nada de mais.
  -Mesmo assim devia tratar disso – ela comentou.
  -Eu tô bem, dá pra aguentar até sair da floresta. Vamos me dê o seu cetro – disse estendendo a mão para ela.
  -Por quê? – ela franziu o cenho e tirou o cetro da reta da minha mão.
  -Não vou deixar uma prisioneira carregando uma arma. Não sou idiota.
  -Se eu quisesse te atacar, teria feito o campo de força apenas ao redor de mim e deixaria o suposto demônio te matar. Você nem agradeceu – ela argumentou.
  -Obrigado – disse de má vontade – Agora me dê o cetro – insisti.
  Ela fez uma cara feia pra mim, largou o cetro e cruzou os braços enquanto eu o prendia nas costas, junto com a espada.
  -Vamos logo para vila de Zexen – comecei a andar saindo daquela clareira que fedia a morte.
  -O que vamos fazer lá? – Yuuki perguntou.
  -Vamos encontrar um informante do clã. Preciso avisar a eles que já tenho o prisioneiro – respondi.
  -Ah... – ela balbuciou e desviou os olhos com ar de tristeza.
  Ignorei a face dela.
  Chegamos a Zexen no cair da noite. Ainda bem que nenhum outro monstro chegou a nos atacar dentro da floresta. Zexen é uma vila que fica na saída da floresta, perto dos morros que dão entrada as regiões do leste. Passamos pelas ruas e eu estava procurando o mensageiro do clã. Segui em direção a uma taberna e tinha quase certeza de que ele estaria lá.
  Yuuki hesitou em frente à entrada. Olhei pra ela.
  -O que foi? – perguntei.
  -Não quero entrar ai dentro – ela respondeu.
  -Por que não?
  -Tenho medo de algum bêbado mexer comigo... – ela disse mordendo a ponta dos lábios com nervosismo.
  -Não precisa se preocupar. Você está comigo, um soldado caçador. Se eles têm amor pela vida não irão mexer com você. Agora entra – respondi a puxando pelo braço.
  Como esperava, o mensageiro estava lá dentro com um charuto na boca e vários copos de cerveja espalhados na mesa. Os caçadores gostam de beber. A maioria de nós bebe tudo que tiver álcool, eu, no entanto, só aprecio o saquê.
  Os homens das outras mesas ficaram olhando para Yuuki de uma forma não muito convencional. Intendi porque ela não gostava de bares. Se ela não estivesse comigo, provavelmente aqueles homens já tinham se amontoado em cima dela com toda a certeza.
  Segui até a mesa onde estava o mensageiro. Seu nome é Raiden. É um dos caçadores novatos. Eles começam como mensageiros e depois vão ganhando outros tipos de responsabilidades e missões. Raiden tem apenas 17 anos. Ele é ruivo, tem os olhos verdes e gosta de lutar com uma espada comum, estilo samurai.
  -Damien! – ele disse quando me viu – Até que enfim. O clã tá querendo ter notícias suas. Que ferimentos são esses no seu corpo? Você tá legal?
  -Encontrei um maldito obstáculo na floresta, mas estou bem. Avise ao clã que já encontrei o Lacrimis – disse colocando Yuuki sentada à frente dele, para que pudesse vê-la – O nome dela é Yuuki Lacrimis.
  -Nossa que desperdício! – Raiden disse cobiçando Yuuki – Porque os Lacrimis têm de ser tão belos, hein? Eles sempre acabam morrendo, é um desperdício!
  Revirei os olhos. Mas como Yuuki não estava olhando para mim, eu concordei. Realmente é um desperdício.
  -Ei linda, se quiser aproveitar os últimos momentos da sua vida, eu estou disponível. Todas as noites que quiser, eu consigo arranjar um lugarzinho pra você na minha cama – Raiden disse colocando o rosto de Yuuki entre suas mãos e a puxando para perto dele. Como reflexo, segurei o braço de Raiden com força e o impedi que ele puxasse Yuuki para mais perto.
  -Se segura Raiden. Ela é minha prisioneira – falei o encarando e o fiz soltar o rosto de Yuuki.
  -Você quer é ficar com toda a diversão. Azula não vai gostar de saber disso – ele recostou-se na cadeira e fez um sinal chamando o servente e pedindo mais um copo de cerveja.
  -Eu não tenho nada com Azula – disse em tom seco.
  -Tudo bem, tudo bem. Eu não direi nada a ela. Eu tenho uma nova missão pra você – ele comentou mexendo entre os bolsos de sua roupa.
  -Nova missão? O líder quem designou?
  -Óbvio. Quem mais seria? Ele disse que terá que levar o Lacrimis com você.
  Raiden tirou um pergaminho azulado de dentro do bolso, afastou os copos de cerveja do centro da mesa e abriu o pergaminho.
  -Ele quer que você vá a esse templo antigo. Encontrará um frasco de Necro e outro mapa. É para leva-los para o clã, junto com a garota.
  -Porque ele quer isso? – perguntei observando o mapa para o templo.
  -Ele diz que é para um plano de precaução para manter a produção de pérolas de lágrimas depois que essa garota ai morrer. É tudo o que eu sei.
  Franzi o cenho. Como iriamos manter a produção das pérolas se o clã Lacrimis for dizimado? Que plano o líder do clã está tramando? Será que ele vai usar Yuuki nisso?
  -Você quer beber saquê? Aproveita que eu tô pagando – Raiden ofereceu-me.
  -Não. Eu estou bem. Sabe onde tem uma estalagem nessa cidade? – perguntei.
  -Você sabe que Zexen é uma cidade cheia de prostitutas né? Não vai encontrar nenhum lugar pra dormir, a não ser um bordel. É por isso que amo essa cidade. Quem me dera ficar de mensageiro por aqui.
  -Onde fica o bordel? – perguntei. Raiden começou a dar uma risada erótica.
  -No fim da cidade. É uma casa bem extravagante, não tem como errar.
  -Você está pernoitando lá?
  -Ah, não. Eu estou comendo a dona gostosa da taberna. Ela é melhor que as prostitutas – ele comentou acenando para uma garota loira e peituda que estava atrás do balcão. Ela acenou de volta.
  -Não sei o que essas mulheres veem em você – comentei pegando o pergaminho e levantando-me da cadeira.
  -O mesmo que veem em você.
  -Avise ao clã que estarei seguindo para o templo designado no mapa, junto com o Lacrimis.
  -Devo avisar que o Lacrimis é uma garota gostosa? Metade dos caçadores irá querer pegá-la.
  -Avise-os do jeito que pedi – ordenei.
  -Tenha uma boa noite no bordel – Raiden desejou-me enquanto eu saia da taberna junto com Yuuki.
  -Garoto depravado – Yuuki comentou quando saímos da taberna. Comecei a rir.
  -Acredite de todos os caçadores, ele é o mais cavalheiro – comentei.
  -Não quero conhecer os outros – ela disse de cenho franzido.
  O bordel era realmente a casa mais extravagante de toda a vila. Ela possuía três andares, grandes e espaçosos e era muito bem iluminada por Tyotin. Logo na entrada, tinha uma espécie de jaula com barras vermelhas. Dentro dela tinha um monte de moças com roupas vulgares se disponibilizando para divertir os homens que passavam. Virei o rosto e fui direto para o balcão de atendimento.
  A balconista era pior que as prostitutas na jaula. Ela tinha os cabelos negros olhos vulgares e atraentes. Atendia os homens, vestida apenas com uma calcinha e sutiã. Como se fosse um biquini. Assim que me viu se aproximando, ela debruçou os enormes peitos em cima do balcão e preparou sua expressão sensual.
  -Boa noite, caçador. – ela disse com a voz manhosa – Procurando alguma moça em especial?
  Ignorei a maneira com que ela se vestia.
  -Só preciso de um quarto – respondi.
  -Os quartos são reservados aos clientes com acompanhantes. Podemos tratar dos seus ferimentos também. Pode escolher qualquer uma da jaula ou então, se quiser esperar, eu saio do expediente daqui a vinte minutos – ela respondeu.
  -Já tenho acompanhante – respondi deixando que a atendente visse Yuuki atrás de mim. A expressão sensual da atendente decaiu e ela encarou Yuuki com severidade – Só preciso do quarto – finalizei colocando sete libras no balcão. Ela pegou as libras e guardou no caixa.
  -Como quiser – ela se levantou da cadeira, foi até a parede e pegou uma das chaves penduradas em um mural.
  -Quarto 302 na cobertura. É o único disponível. Aproveite a noite, se precisar de algo é só chamar as serventes no seu andar – ela disse me entregando a chave.
  Eu e Yuuki seguimos para a cobertura. No caminho tinha um monte de prostitutas passando pelos corredores e também dava para ouvir os gemidos vindos dos quartos. Coisa normal em um bordel. Antes de entrar em nosso quarto, pedi a servente que me desse uma vasilha com água limpa, um pano, ataduras e algum remédio que eu pudesse passar em meus ferimentos.
  A servente apressou-se em me dar o que pedi e então entrei no quarto. Ele era todo enfeitado com Tyotin e pétalas de rosas vermelhas. Tinha uma cama de casal no meio do quarto e em cima dela estava um bilhete escrito em japonês: “Aprecie sem moderação”. Peguei o bilhete e joguei-o no lixo.
  Coloquei os utensílios que a servente me dera em cima do criado que tinha do lado da cama. Comecei atirar as armas, o cinto, as botas e a blusa. Tudo isso redeu boas reclamações e gemidos de dores por causa dos malditos ferimentos. Molhei o pano na água e fui passando no corpo para limpar o sangue.
  -Como isso dói! – reclamei.
  -Quer ajuda? – Yuuki perguntou parada em frente à porta do quarto. Ela era tão quieta que me esqueci de que ela estava ali.
  -Não precisa. Desculpe ter me despido na sua frente. Esqueci-me de que estava ai.
  -Não vai alcançar os ferimentos das costas sem ajuda – ela insistiu.
  -Já disse que não preciso.
  Ela suspirou e tomou o pano de minhas mãos.
  -Porque tem que ser tão teimoso, hein? – ela perguntou me encarando.
  -E porque você tem que ser tão prestativa? Eu já disse que não quero ajuda.
  Ela não respondeu. Sentou-se na cama, pegando a vasilha de água, as ataduras e o remédio.
  -Senta aqui – ela mandou colocando a mão no espaço entre as pernas dela. Fechei a cara e me sentei de costas. Ela começou a passar o pano com bastante delicadeza para não me machucar.
  -Quem é Azula? – ela perguntou.
  Franzi o cenho diante da pergunta dela. Porque ela queria saber quem é Azula?
  -É... Uma garota do clã. Tem status de vigia da fortaleza – respondi.
  -Você tem alguma coisa com ela? – Yuuki voltou a perguntar.
  -Não no momento. Por que está perguntando isso?
  -É que você não parece o tipo de pessoa que deixa uma garota fazer parte da sua vida. Você parece... Parece que gosta de ficar sozinho – Yuuki respondeu.
  -Não gosto de me envolver emocionalmente com as pessoas – expliquei.
  Yuuki pegou o remédio e começou a coloca-lo nas feridas. Isso ardeu bastante. Depois que terminou as feridas das costas, ela saiu de cima da cama e ajoelhou-se em minha frente, entre as minhas pernas e começou a tratar as feridas do peito. Observei seu rosto enquanto ela fazia isso.
  -Porque está me ajudando? – perguntei a encarando. Ela não olhava para mim.
  -Porque você está ferido – ela respondeu.
  -Sou um inimigo pra você, não deveria me ajudar – comentei.
  -Isso não vai me impedir de fazer o certo – ela deu de ombros diante das minhas argumentações.
  Peguei o rosto dela pela ponta do queixo e a fiz olhar para mim. Franzi o cenho diante do que via. Ela me olhou com confusão em seus olhos de cores diferentes. Um cor de verde mar e o outro castanho.
  -Porque você é assim, tão diferente? – perguntei.
  -Ninguém é igual – ela respondeu tentando tirar o rosto de minhas mãos, mas eu não permiti.
  -Você sabe que se eu te levar a fortaleza do clã...
  -Morrerei. Sim eu sei – ela interrompeu-me completando a frase.
  -Então porque me ajuda e não tenta fugir se tem consciência disso?
  -Todos morrem um dia.
  -Prolongaria sua vida se fugisse.
  -Porque insisti para que eu tente fugir? Não é mais fácil pra você se eu te obedecer sem me revoltar ou reclamar? – ela perguntou alterando o tom de voz.
  Soltei o rosto dela, peguei o pano de suas mãos e endireitei minha postura.
  -É melhor você ir tomar banho para dormir. Sairemos bem cedo a caminho do templo.
  -Não respondeu a minha pergunta – ela insistiu.
  -Não tenho a obrigação de responder – disse sem olhar para ela.
  Yuuki ficou parada observando-me, então deu um suspiro pesado e seguiu para o banheiro.
  Joguei o pano dentro da vasilha, peguei a garrafa de saquê que avia guardado e deitei na cama colocando a mão sobre a testa. Eu não sei por que, mas a indiferença de Yuuki me atraia. Porque justo uma Lacrimis tinha que ser justo à única garota que me faz sentir diferente? Talvez seja por isso que eu queria que Yuuki fugisse. Eu queria que ela sobrevivesse.

By: Tamy Lopes
Ty por leer ;)

Curiosidades
Significados dos nomes:
Damien: Demônio em mandarim.
Yuuki: Felicidade, boa sorte e neve.
Raiden: Luz do trovão, raio.